quinta-feira, dezembro 30, 2010

pequena crônica poética

O caminho de casa,
pela orla da lagoa,
as sandálias de borracha,
um olhar que não tem destino,
passo a passo vou embora,
pelo passeio molhado e vez ou outra
atravesso as ruas molhadas
que sempre me atravessam desde a infância.
Passo pelo prédio do Iporanga,
olho mais a frente
( Saulo deve estar trabalhando!)
É um Coutinho, deveras é um Coutinho,
só não me lembro o nome dele,
pergunto a ele sobre música,
se ainda canta, se ainda toca violão,
pergunto por Zander, falo do tempo,
(essa chuva que não cessa)
desejo um feliz 2011
que talvez nem seja um ano feliz.
Sigo conversando sozinho,
de cabeça baixa,
uma de minhas sandálias arrebenta,
uso do improviso para seguir,
Um palhaço de cara borrada me diz boa tarde:
- Boa tarde!
Eu respondo: eeei!
Ele sorri e se vai.
Eu me vou também até em casa
sem maiores incidentes
e penso:
apesar da sandália perdida, fiz um palhaço sorrir
e fiquei feliz! Feliz pelo caminho!
Feliz por poder sorrir!